POESIA ABSURDA

ABSURDO   absurdo a poesia
ABSURDO
 

Absurdo!

A criança na rua
A fome na mesa
A Sociedade a míngua
A sociedade avareza
No conflito entre si
Na ansiedade dos que a compõem

Absurdo!

Pessoas que matam
Pessoas que ferem 
O coração e o sentimento
Pessoas que querem
Pessoas que escravizam
Síndrome de todos
No fenômeno do desejo

Absurdo!

Brasileiro que joga
Brasileiro que vota
Brasileiro que tem
E o que não tem
O que corrompe, escravo do desejo.
E o que já nasce corrompido
O que passa por cima.

Absurdo!

A alegria no parque
A étnica na igreja,
No costume e na raça
O conceito, o preconceito, o preceito
Aceito ou não aceito

Absurdo?

Absurdo na arte
Absurdo na vida
E a vida vira uma arte
A vida que ofende
Ao se chamada de arte
A arte de encantar, de trair
De ser ou não ser
E depois se perder

Absurdo!

Nada está fora, nada está dentro
Estamos todos juntos
Juntos no absurdo
Porque tudo é um absurdo
Nada é um absurdo
Mas!
Vivemos o absurdo!
absurdo.com 




FRANCISNALDO SILVA DE SOUZA
POETA ATOR E DIRETO
MORRO DO CHAPÉU BAHIA
08 DE JULHO DE 2011

A PARTITURA DO ATOR RESUMO



“PARTITURA DO ATOR”

A Partitura

 A PARTITURA DO ATOR é uma coleta de técnicas teatrais antigas e modernas, praticadas, desenvolvidas, criadas e reelaboradas pelo ator e diretor Naldão. Artes. Ao longo do tempo trabalhando teatro com grupos e em escolas, Naldão percebeu que o básico do teatro nunca é encontrado em um único lugar, partindo daí teve a ideia de juntar essas joias que até uma pessoa que não conhece termos básicos de teatro pode desenvolver-se treinando e se organizando na disciplina teatral.
Dá-se o nome PARTITURA porque é um apanhado de termos, técnicas, regras, visões, divisões de palco e de cenas como um todo, para cada um desses valores Naldão criou seu símbolo de forma que se aproxime cada vez mais do termo estabelecido, os símbolos seguem como sigla do nome. Aqui se terá também o nome que muda de acordo com região e até mesmo local ou grupos, esses termos ganha um nome e símbolo universal para que diretores e atores tenham a mesma linguagem nas comunicações de suas montagens, sendo assim, até mesmo qualquer um dos técnicos que componha o elenco de um espetáculo desde a produção á montagem pode sugerir em cima da técnica no seu trabalho com seu respectivo nome.
 Há muito tempo grandes pensador-pesquisadores do teatro já dividia e divulgava seus estudos e técnicas em partitura, como: Constantin Stanislawski, Jerzy Grotowiski e tantos outros, eles incentivam em que cada ator é quem deve fazer a própria partitura de acordo com o que eles ensinavam, aqui em relação ao próprio ator fazer a sua partitura é a mesma coisa, a diferença é que criamos símbolos e nomes da técnica para determinadas necessidades na hora de usar na desenvoltura do trabalho, dessa forma a partitura pode ou deve mudar durante a preparação de um espetáculo.

 A PARTITURA DO ATOR se divide em três capítulos voltados para o ator e sua ação estética em cena: capitulo 1 “O ATOR”, capitulo 2 “A PERSONAGEM” e o capitulo 3 “A CENA”. Aqui o ator traz para si uma organização de comportamentos levando-o ao conforto de buscar o que precisa lembrar para cada uma de suas necessidades, terá sempre uma técnica respectiva a essa necessidade para que possa sempre ser praticada no dia-dia de cena. Com noção do que deve ser feito e o que deve ser evitado fica mais prático a desenvoltura.
 Lembrando que cada técnica não segue como uma regra única para todo mundo em sua natureza biológica, pode se adaptar para que melhor se encaixe com o seu trabalho e seu Bio-tipo.

CAPÍTULO 1
O Ator
É um ser que deve ter a capacidade de ver o mundo de outra maneira, compreendendo a vida por dentro e por fora, no seu interior o ator deve ser puro de desejos, livres de conceitos, preceitos, preconceitos e deve ser também receptor para que possa transferir, deve ser justo, deve ser humilde e principalmente solidário. É de necessidade que o ator conheça outras artes e tenha os diversos conhecimentos para aprimoramento das suas técnicas.
Para que o ator tenha essa capacidade e preciso se livrar das algemas sociais. Todos nós quando nascemos temos um padrão ensinado pelo convívio em sociedade, esse padrão está incluso o que foi dito no paragrafo anterior do que o ator deve se livrar: conceitos, preconceito, preceitos, vaidade e principalmente a prisão pelo que é vinculado como ordem da maioria, hoje em dia vivemos como herança das classes dominantes a velha inveja coletiva na qual se chama de moda, essa é uma das algemas em que infra a vaidade, o consumismo, a arrogância, o achismo e tantos outros. Todos esses complexos lhe tira da base natural da vida, e é com essa base que o ator deve se reencontrar.
Há muito tempo que já temos antes da morte cerebral a morte psicológica, que começa desde a infância, uma moléstia do destino que lhe leva mais ao encontro do que é supérfluo do quê ao encontro daquilo que consistente. A morte psicológica é uma escravidão do convencimento que aos pouco vai fechando seus fluidos naturais criando uma serie de bloqueios, esses bloqueios leva as pessoas a se acharem diferentes naturalmente das outras, assim, tudo que se faz é preocupado pelo o que o outro vai achar no campo do bonito ou feio, impedindo que flua a natureza com liberdade de dentro si mesmo. Por isso é uma morte psicológica, lhe convence ao supérfluo, lhe impede viver o maior valor a vida. Isso quando é feito em uma cena, faz qualquer pessoa não sentir aquilo que estar fazendo por estar preocupada com o que os outros ou outras vão achar, colocando visão maior em quem está lhe vendo do que no que estar fazendo, essa pessoa nunca foi um ator.
 O ator tem que livrar-se tanto fisicamente quanto mais ainda psicologicamente desses bloqueios, tem de libertar sua alma das algemas que lhe leva a escravidão do convencimento, que está sempre provocando continuamente sua morte psicológica. Para que isso aconteça é necessário deixar a natureza fluir, sentir o que está fazendo dentro da alma, dentro do seu interior mais profundo e deixar que exploda pelos seus vibradores naturais o sentimento mais verdadeiro da sua alma no ápice do prazer ou da dor, do riso ou do choro, do ódio ou do amor.
 Para que isso aconteça precisa-se de preparar o corpo e a alma, romper todas as fronteiras da mente e do corpo que provocam os bloqueios, deixar fluir tudo o que a natureza lhe oferece como composto da vida, explorar a si mesmo por dentro e por fora sem distinção do que, do qual ou de como, só assim, seu composto torna-se límpido como um recipiente vazio, preparado para receber e oferecer emotivamente o que for necessário em qualquer que seja sua cena, isso transcende o amor.
 Para isso foi criado esse bloco como uma forma de ajudar a qualquer pessoa se tornar ator e qualquer ator refletir a si mesmo. Um ator experiente já deve conhecer tudo ou quase tudo aqui descrito, e deve ter uma naturalidade em uso das técnicas aqui citadas, no entanto todo profissional deve sempre ter cede de sua profissão.
 Ser ator não é só uma conquista de trabalho mas uma conquista de viver, para que isso aconteça a pessoa deve no ato da sua purificação analisar texto, personagem e a si, estar atento para marcação da sua partitura, sempre se coloca somente o símbolo que está logo na frente do seu nome, é colocado á cima ou á baixo da sua fala ou á frente da sua cena, se preocupar com sigo mesmo tanto fisicamente quanto psicologicamente. Lembrando que um ator deve sempre estar em contato com as outras artes, com atividades físicas que lhe favorece a saúde, ter a capacidade sentir todas as sensações que a vida oferece e carregar sempre com ele mesmo a disciplina do teatro, disciplina essa que aqui na PARTITURA DO ATOR teremos um pouco de sua essência.

LINHA DOS SENTIMENTOS

 A linha dos sentimentos é um gráfico que mede as variações dos sentimentos do ator em cena, como nos conceitos Stanislaviskianos esses devem ser desenvolvidos no próprio ator para que ele possa empregar na personagem esses sentimentos, que são os diversos naturais que já temos. Mas só terá êxito depois que o ator se tornar livre das rédeas sociais, rédeas essas que inibe, aprisiona, detém psicologicamente, então será preciso que no uso dos sentimentos use a voz, o som pra da melhor forma possível expressar sentimentos como raiva, medo, alegria, coragem, amor, ódio, tristeza, decepção, saudade e tantos outros.
Para que se coloque isso de forma concreta ou visível desenha-se três linhas retas variando os níveis representando a frequência dos sentimentos, a de baixo suave, a do meio médio e a de cima intenso, depois uma quarta linha irá passar por cima ou se aproximando das outras três que representa os níveis, a linha que passa trilhando entre as três chama-se a LINHA DOS SENTIMENTOS. Essa variação favorece na coloração da cena uma ajudando a outra para que a cena não torne cansativa ou monótona, é de grande valor ser usada em monólogos, servindo também para variar os níveis de todo o espetáculo nos autos e baixos do texto, nos epílogos serve para que cada ator veja como esta sua atuação, em todo o trabalho ver junto com os colegas contra cena os tópicos. A linha dos sentimentos pode ser usada nas falas monologadas, nos diálogos ou ate mesmo nas cenas mudas e nos solos. Outro que ajuda na sua variação são os temperamentos.
 No teatro de rua é de grande uso, principalmente na mudança de estado físico e psicológico da personagem para que atraia o público que na maioria das vezes são pessoas que não estão ali esperando uma peça teatral como dentro de um teatro, mas que o ator precisa atrair sua atenção e mantê-lo ali. Busca também uma harmonia com as indumentárias, maquiagens, máscaras e até aos movimentos.
Um gráfico que representa o trabalho desse método como exemplo.


 Esse é o gráfico de variação mais ou menos de como deve ser feito uma cena em LINHA DOS SENTIMENTOS em relação as linhas retas que são os níveis de sentimentos.

A VOZ E A RESPIRAÇÃO

As vozes são a ligação com a frequência da linha dos sentimentos e com cada cor que elevar o andamento da cena, relacionada com a respiração as vozes se divide como ALTA, MÉDIA, BAIXA, AGUDA E GRAVE e é diferente da entonação. Para melhor trabalhar essas vozes sem que o ator se sinta preso ou tenso em uma técnica, é dividido o corpo em VIBRADORES, quando se usar uma voz, direciona essa ao vibrador que encaixe melhor com a sua cena. Os vibradores são os pontos vitais que se identificam a expressão, os vibradores são:
O VIBRADOR DO CRÂNIO – é elevado a cabeça ou crânio a maior atenção da cena com a voz
VIBRADOR DO TÓRAX – é contraído no tórax uma maior concentração da voz e energia da cena.
VIBRADOR DO ABDOME – é elevado um fluxo da cena que provavelmente estará em níveis como 4 (ver níveis de cena) no tórax e região.
VIBRADOR DAS MÃOS – nesse geralmente quando a atenção é mímica com as mãos como se fosse elas falando ou explicando melhor o sentido que a cena quer dizer.
VIBRADOR DAS PERNAS – é um vibrador que traz a cena para um nível mais baixo.
Em uma cena pode ser de necessidade localizar a voz em mais de um vibrador.
Para que os vibradores que são transmissores de carga energética funcionem bem é necessário que a respiração seja a respiração abdominal (respirar inflando o abdome).
 É natural que se veja respiração errada, muita gente respira com os ombros, tórax ou pelas costas e isso é normal de acordo com o costume cotidiano não se faça a respiração de forma correta, por exemplo: é normal  que as mulheres respirem pelo tórax por causa do sutiã, quem faz físico-turismo respirem pelas costas e assim sucessivamente.
Símbolos: VBC, VBT, VBA, VBM, VBP ou simplesmente VB.


COLORAÇÃO DE CENA

 É uma forma de encenar nos níveis mais variáveis de tensão e sentimento, as cores representam esses níveis de acordo com o seu tom, seguindo uma escala gradativa para mais ou para menos, dessa forma: Branco, amarelo, vermelho, verde, azul, cinza e preto. Na medida em que se faz a cena se imagina uma dessas cores de acordo com a sua tonalidade transferindo para expressão do momento com ou sem fala, assim será o nível de sentimento na cena, por exemplo: em um verso de uma poesia, o ator pode usar mais de uma cor, no mesmo verso ele faz com varias interpretações, em uma fala de um texto o ator pode colocar sentimentos de vários níveis, ou, vários níveis num mesmo sentimento representados pelas cores que ele coloriu a fala, lembrando que não se pode muito carregar uma fala pequena com várias cores ou vários sentimentos, mas, fica á gosto de cada um, ator ou diretor.
 Cada cor tem um símbolo que é a sigla dela mesma que pode ser colocada na parte superior ou inferior do texto, para que seja lembrada nos próximos ensaios, levando a uma avaliação do próprio ator de como ele mesmo não está fazendo uma grande cena em linha reta durante todo o tempo. Com a dificuldade de encaixar as cores em seu texto ou sua cena o ator pode coloca a LINHA DOS SENTIMENTOS simbolizada com as siglas das cores nas variações dos níveis. Dessa forma ele suaviza e intensifica a cena de acordo com suas falas.
CORES:
   BRANCO = (B) Prossegue com nível de fala mansa com pouca tonalidade de forma sombria, consolo, reza, esconderijo, sempre dentro do que é mais parado em voz mansa.
   AMARELO = (AM) Tem uma tonalidade maior como se falar normalmente num diálogo, por exemplo um casal apaixonado, compaixão, franqueza, um mestre falando suas sabedorias, uma mãe com saudade da ausência de um filho.
   VERMELHO = (VR) É com aumento de tom tanto na expressão vocal quanto cénica, elevando os ânimos para um estado mais vibrante, a cor VERMELHA tem uma visão dentro de debates, conselhos, músicas embaladas, protestos, discursões, fala mais rápido (dependendo da personagem ou cena), tem uma entonação elevada e dicção destacada, o vermelho tem uma imposição de natureza.
   VERDE = (VD) Um tom médio, imperial, ordem, tristeza, paixão, um nível médio, uma voz suave de volume alto.
   AZUL = (AZ) E uma escala mais alta, um nível alto, fala-se os gritos, mas não quer dizer que seja especificamente raiva, mas é euforia, pode ser alegria, medo, loucura ou qualquer da mesma espécie.
   CINZA = (C) É dada mais as onomatopeias, imitações de elementos da natureza, ruídos ou até mesmo animais. Mesmo no formato onomatopeia esse tipo de som na mesma escala pode ser empregado numa fala. Por exemplo, quando o ator ou atriz tende a conversar com voz de gato, falar o texto com voz imitando o som mar ou o ruído do motor de um carro.
   PRETO = (P) É a cor do tom fúnebre, de voz cavernosa transferindo terror, espíritos, monstros, geralmente de nível médio no volume da voz, mas expressividade grande.
As cores podem ter um reforço com as técnicas especiais, usadas.
SÍMBOLOS:
B - AM - VR - VD - AZ -C - P.
TÉCNICAS ESPECIAIS

 São meios que ajudam contra as ansiedades, dificuldade de absorção das anteriores, levando o corpo e todo o psicológico a encontrar de forma natural o caminho desejado pelo ator. Essa técnicas pontua o texto de forma mais fácil dando tempo a raciocinar e o corpo absorver a expressão dando maior interpretação, ao em vez de só, uma leve representação do que é desejado.
 Por exemplo:
PAUSAS As pausas são para quebrar ritmo no texto, serve também para corrigir poluições sonoras de acordo com o tom de voz usado, além de desenvolver a atenção de como deve ser trabalhada aquela cena naquele momento.
As pausas se subdivide em:

 PEQUENA PAUSA ( / ) Um meio intervalo durante a fala para facilitar a imaginação da cena.
 PAUSA ( // ) Uma parada até que reestabeleça o controle da cena.
 GRANDE PAUSA ( /// ) É como se fosse um ponto de parada da cena para recomeçar depois, serve também no congelamento em espera de um contra cena.
 PARADA  Serve para dar lugar a outra personagem entrar em cena sem interferir, alguma outra interferência como de alguém do público, como por exemplo, o teatro politico. As paradas não podem ser bruscas.
 PAUSA DO RISO ( // R ) Essa é para quando o público se manifesta, mais frequentes nas comédias, muitas vezes são usadas enquanto espera o riso do espectador, ou como as outras pausas, para esperar quando um outro ator improvisa ou acontece algo inesperado na cena , geralmente é feito nas comédias que coisas acontecem de surpresa.


ATAQUES E RECAÍDAS DE CENA

É o que chamamos de altos e baixos, os ataques e recaídas de cena estão relacionadas a linha dos sentimentos, a diferença é que um ataque sobe bruscamente e uma recaída cai bruscamente nas sua variações, é muito usado em comédias e principalmente, necessário no teatro de rua.
  O ATAQUE (AT ) - Acontece quando a cena vai seguindo normal e o ator dá um destaque de alguma forma para puxar estima, surpreender ou quebrar a monotonia. Para que aconteça existem pontos estratégicos no texto.
  A RECAÍDA ( RC )  É quando uma cena está muito agressiva e o ator dá uma quebrada na correria, gritaria ou outro tipo de agitação qualquer, para descansar o publico e até ele mesmo, evitando algum efeito negativo.
SÍMBOLOS:
 /  -  //  -  /// - Descrição: BD21433_ -  // R  - ATQ  -  REC .


PECADOS DO ATOR

 Os pecados do ator são aqueles que não podem ser cometidos, que, o ator e a atriz deve estar evitando para que não caia como fuga para ações na atividades mais complexas e difíceis. Também dá um alerta quando o ator não se preocupar com a sua qualidade e variação nos seus diversos personagens, para que ele não venha cometer deslizes notórios no seu cotidiano profissional.
 Para que isso aconteça o ator precisa se livrar de seus lixos psicológicos, costumes que traz desde infância e que não lhe beneficia em nada. Por exemplo: as mulheres não esquecem os cabelos, toda hora passam as mãos arrumam, os homens fica sempre procurando um lugar para sentar-se, ambos são cheios de dengos, tem um lixo psicológico hoje em dia é a prisão pelo aparelho de celular. Se não se livrar dos seus lixos psicológicos não conseguirá se livrar do “Pecados do Ator”.

CLICHÊS São formas sem convencimentos de um texto ou fala, gestos feitos em cima de palavra ou frase, os gestos dos clichês são carregado, excessivos, sem sentimentos em expressão e acaba ficando cansativo. Muitas vezes em apresentações de palhaços do teatro, os atores fazem como se fosse chacota á alguém ou algo. Um outro pecado cometido é quando o gesto faz o mesmo que está dizendo a fala no momento. Nas escolas, igrejas e montagens infantis costuma-se falar a palavra coração e desenha um coração com as mãos, ar e gesticula para cima, agua e gesticula para baixo, mar e faz ondinhas com as mãos etc. Essas são formas de clichês inválidos, fazendo o gesto igual o que está dizendo a fala acaba virando pleonasmo vicioso. (Lembrando que o clichê pode ser ferramenta para treinamento físico, e, que a ação física em harmonia com ou sem texto ou exagero do clichê, deixa de ser pleonasmo).

PSIQUE DE COSTUMES A psique de costumes é quando o ator leva seus costumes diversos para dentro da cena (seus lixos), deixando dúvidas na criação da personagem sem saber se ali na cena é a personagem ou somente ele, as psiques mais usadas são por exemplo, passar as mãos nos cabelo durante a cena (mulheres), mãos na cintura, olhar para o chão (timidez), morder as unhas, cacoetes e vários outros que lhe tira da concentração teatral e lhe coloca dentro si. Um psique de costume bem frequente é falar seu costume de linguagem regional, sem se preocupar qual região se passa o costume da personagem no texto.

PSIQUE DE ROLLER – Esse é um nome atribuído ao ator que tem o corpo e alma preso nas personagens passadas, lixo psicológico criado em cena, geralmente acontece por quem já andou interpretando alguma personagem ou personagens e não consegue fazer a próxima totalmente diferente da primeira. É psique de roller também quando você vai fazer uma personagem, não tem criatividade e fica imitando a que viu em outros lugares ou na televisão, ao em vez de fazer um laboratório de pesquisa e criar a sua própria. Muitas vezes há alguns por necessidade, por exemplo, quando um ator vai interpretar personagens já existentes como figura alegóricas ou folclóricas: Emília, Sacis, Pica-Pau, Patati e Patatá etc.
OBSERVAÇÃO: A psique de roller é diferente de quando o ator estuda uma pessoa da vida real, ou os costumes de uma região de um povo, aí ele está fazendo um laboratório de pesquisa para enriquecimento de sua técnica junto com sua personagem.
ESTEREÓTIPOS – É um padrão carregado em um ator, “ator estereotipado”, “rotulado”. Acontece mais quando companhia, diretores, pessoas ou grupos convida um ator ou atriz para fazer sempre a mesma personagem em diferentes trabalhos, como se o ator ou atriz só fizesse aquele tipo de papel.
Por exemplo, um determinado ator faz bem um cangaceiro, quem o-viu fazendo acha que a capacidade do ator é limitada só em cangaceiro, jagunço, vaqueiro aí só chama para fazer jagunço, boiadeiro, valentão da região nordeste brasileira ou outros que não sai do mesmo contexto, rotulando o ator somente nessa única personagem mudando só o nome, cavando uma psique de roller permanente.

ATOR PROBLEMA – É o que se chama também “facão dentro d’água”, é o tipo de ator sem confiança geralmente causado pela ambição, estrelismo, preguiça ou mal convívio em grupo, prejudicando a harmonia. São os piores lixos psicológicos, por serem mesquinhos, aproveitadores, incompreensíveis e ingratos. É costume também nesse os fenômenos a “ante direção” – quando o ator problema não obedece a direção querendo sempre mudar partes no trabalho fazer unicamente do seu jeito negando o cobrado pelo diretor. Ante grupo – quando não tem responsabilidade nem compromisso com espetáculo em si prejudicando a maratona de ensaios. Esse fenômeno do ator problema acontece com atores que fazem parte de vários espetáculos em varias companhias ou grupos diferentes, tendo que ele ou ela por ser um só acaba enrolando um ou o outro ou se não todos.
 Muitas vezes os atores problemas buscam reforço no restante do grupo para que outros apoiem sua posição contra o diretor, companhia ou parceiros de cena, anunciando futuro afastamento próprio em incentivo para que os demais vão juntos.
 Na maioria das vezes os atores problemas são referencias com suas más qualidades e podem ser identificados nos primeiros dias de contatos na composição do elenco, sempre chega se esnobando ou falando demais.

CAPITULO 2
A personagem

Relacionada a criação da personagem e suas características básicas. O conteúdo aqui mostrado leva o ator a intensificar sua personagem tornando-a mais visível e concreta em cena. Com o que vimos no “O Ator” já fica mais ou menos próximo de como criar uma personagem sem muita dificuldade, sabendo que quem descreve a personagem é o próprio texto.
Para receber a personagem o ator deve estar vazio, deve ter trabalhado todo o seu interior evitando sua morte psicológica, procurando os desapegos, evitando o ego, buscando o senso de justiça e do amor. Se o ator não estiver vazio não caberá nele a personagem, uma mente carregada não aguentará mais outra carga, e, por essa natureza a coisa desanda. Todas as nossa crenças são cargas, então quanto mínima melhor para conduzirmos uma outra pessoa que é a personagem. Se um ator for carregado de uma grande crença religiosa e a personagem dele for o diabo ou um demônio, um dos dois sofrerá vários transtornos, mesmo sendo uma ficção, o papel apresentado se torna realidade, a personagem ganha vida e a historia depois de contada passa a existir, assim ela se torna um fato e as personagens o campo físico desse fato ocorrido, a parte verdadeira visível dessa história contada pelo texto ou roteiro.


CONHECENDO A PERSONAGEM

 Para conhecer a personagem o ator deve estudar bem o texto, ler tudo que envolve sua personagem, ver além do que está escrito, ele deve fazer um questionário sobre seu personagem assim descobrindo automaticamente o status. Para que esse questionário seja de forma completa o ator deve perguntar para si mesmo sobre a personagem treinar suas próprias respostas ,após treinado e a personagem segura, faz as mesmas pergunta para a personagem para que ela mesma responda aumentando sua verossimilhança automaticamente.

 O questionário é:
Quem é minha personagem / onde mora / qual a sua cultura / escolaridade / idade / profissão / costumes / como ela ver as outras personagens / qual a relação com cada uma delas / qual posição social (rica, pobre...) / o que ela quer e o que vai fazer para adquirir /por que quer/ qual signo dela/qual nacionalidade/ como ela começa e como ela termina.
 Claro que não precisa ter todas essas questões para todo tipo de personagem, e cada qual pode acrescentar mais questões para seu papel no texto.

STATUS
 Toda personagem de um texto de teatro é baseada na vida real da humanidade. Mesmo as que contam fábulas, ficção dentro de qualquer contexto tem um conteúdo baseada na vida, com todas as suas particularidades.
 Para trabalhar a personagem começamos pelos status. É muito bom que o ator identifique logo o status da sua personagem em relação ao texto, esses status se divide em 5 na grade crescente.
 O status é trabalhado o nível da personagem, diferente das cores, são  para personagem não subir nem descer seu nível social ou sua postura de domínio diante as demais, geralmente quem mais usa são os CLOWNS (palhaços) nas transições entre branco, vermelhos (leal), Augustus e mestres de cerimônias. Os status se dividem da seguinte forma 1, 2, 3, 4 e 5.
1 – sem personalidade, sempre submisso, sempre cordial e sem opinião, esse tipo de status sempre é usado em personagens que interpretam empregados, puxa sacos, escravos ou outros tipos de submissão.
2 – um pouco parecidos com o 1 mas, já fala suas ideias, dá suas opiniões mas sempre de acordo com as dos outros e concorda se as suas não forem aceitas.
3 – é parecido com o padrão de pessoas normais, concorda quando acha que deve, dá suas opiniões, se expressa e se impões quando necessário. O status 3 sempre que se ver necessário oscila para o 2 e o 4 de acordo com a cena.
4 – Impõe, comanda estar sempre um patamar a cima, geralmente é usado em personagens que representam patrões, políticos, donos etc.
5 – é maior dos status em todos os sentidos, não tem medo. Não tem obediência e geralmente é movido pela arrogância e prepotência.
SÍMBOLOS
ST1, ST2, ST3, ST4, ST5
TEMPERAMENTOS

São os temperamentos da personagem de acordo com o texto, frio quente e morno.
Os temperamentos são estudados partindo da posição da personagem no texto, o seu status e como ela se comporta, quais são seus estímulos, sua natureza psicológica, Posição social e a sua relação entre as outras personagens. Se divide em 3 da seguinte forma;
TEMPERAMENTO FRIO – (TPT F) Personagens sem estímulo, controladas por circunstancias desfavoráveis, sem agitação qualquer. Não quer dizer que é unicamente uma personagem triste, uma personagem chorosa ou sofredora seja especificamente o temperamento frio, o temperamento esta voltado para vitalidade da personagem, estima, vontades e energias empregadas.
TEMPERATURA QUENTE – (TPT Q) Totalmente contrario do frio, o quente é explosivo, enérgico, está sempre chamando atenção pelo seu comportamento, deixando bem notório sua presença em cena.
TEMPERAMENTO MORNO(TPT M) É um intermediário entre o quente e o frio, sua presença é de destaque, vive intensa a reação das outras personagens, contemplativo, tem suas agitações, mas não é explosivo.
 Os temperamentos quebram o gelo, quando a peça tem os variados temperamentos em suas personagens dá mais destaque a certas ações na quebra das características.
SÍMBOLOS:
TPT F / TPT M / TPT Q
COMPORTAMENTO DA PERSONAGEM

INTROVERTIDO(CPT IN) São personagens voltadas para dentro de si geralmente de temperamento frio, envergonhada, submissa, de poucas palavras etc. pode se dizer também que o comportamento introvertido funde com algumas regras, como olhar para os cantos esconde o rosto, ficar de cabeça baixa, o ator que pegar uma personagem de comportamento introvertido tem como missão interpretar de dentro pra fora mostrando uma espiritualidade forte, contrações muscular nos poucos movimentos destacando suas vontades, o comportamento introvertido é só introspectivo mas pode ser por exemplo feito no status 4. Um herói o vilão geralmente são feitos bem enérgicos, se feito no CTP IN chama atenção pela atitude.
EXTROVERTIDO(CPT EX) São para personagens de temperamentos quentes ou morno, extravagantes em raio de ação, geralmente são as que dominam cena durantes sua fala, mexe com todos até com o público, muito usado no teatro de rua, nas comunicações coletivas, na proposta de Bretch (teatro politico, revista ou expressionista). O ator que faz uma personagem com o comportamento extrovertido deve ter cuidado para não poluir a cena ou roubar a cena em relação ás outras personagens com exageros de movimentações, por exemplo, pode se fazer CPT EX no ST 2. O exagero de movimento não eleva a extroversão da personagem, e preciso uma energia de espirito para se alcançar uma verdade mais interiorizada nesse objetivo.


 Não quer dizer que os comportamentos extrovertidos são todos extravagantes em presença, pode ser também os que se comportam normalmente sem inibição nenhuma.

CAPÍTULO 3
A cena
Nesse capitulo para o ator e diretor está voltado para o trabalho de palco ou arena, são como as outras, exercícios juntos para facilitação na criação do ator. Aqui já temos um tanto que facilita na formação da sua personagem e agora para concluir seu trabalho deve-se ficar atento para sua presença no palco em relação ao seu papel.
 Todo o conteúdo aqui na PARTITURA DO ATOR pode ser usado como exercícios preparatório depois os mesmo exercícios empregado diretamente no texto como aprimoramento de todo o espetáculo.
 Tanto pode ser praticado com quem já é expert em teatro com quem ainda estar iniciado.

NÍVEIS DE ALTURA

Os níveis de altura servem para manter sua personagem sempre na mesma altura em relação ao começo da cena ou se preciso durante todo o texto assim como for determinado pelo melhor da montagem, o níveis se dividem assim como os status em 1,2,3,4,5.
NÍVEL 1 – (N 1) É rasteiro, deitado no chão. É um nível geralmente usado em danças, personagem rasteira como alguns animais ou qualquer que peça esse nível.
NÍVEL 2 - (N 2) É agachado, um pouco a cima do N 1. Esse já mais usado para personagem que tem cenas agachadas, animais, interpretação de objetos, esconderijos e tantos outros.
NÍVEL 3 – (N 3) Côncavo, semi agachado geralmente com a cabeça projetada para frente. Também muito frequente nas cenas por personagens como velhos, deficientes, personagens místicas, interpretação de objetos, formações coletivas de algo, procurando algo e etc.
NÍVEL 4 – (N 4) Côncavo semi ereto, para personagens como pessoas idosas, com algum tipo de deficiência, misticismo, curioso e outros.
 Temos em vista que cada personagem aqui citada não quer dizer que seja unicamente nesse nível, pode ser um ou o outro qualquer ou pode oscilar entre um nível e outro ou até mesmo entre todos. A intensão é ter o conhecimento para que você tenha sempre consciência quando estiver fazendo qualquer movimentação em cena estar ciente qual técnica se vê usando.
NÍVEL 5 - (N 5) Ereto e o mais comum em todos os tipos de cena no teatro. Os níveis em alguns lugares são chamados de planos, como tal são só três médio, alto e baixo, aqui são detalhados para necessidade mais fragmentada da cena.
SÍMBOLOS: N1, N2, N3, N4, N5.
ENTONAÇÃO

É a frequência dos volumes de sons naturais na cena, e o mais usado nas vozes dos atores, a entonação se divide em alta, média, baixa.
ENTONAÇÃO ALTA - (ET A) É o maior volume da cena em voz, geralmente quando a cena ganha o cunho de discursos, brigas, chamando quem está longe e outras mais. No teatro de rua é o tom mais usado para manter a impostação e atrair quem passa mais longe.
ENTONAÇÃO MÉDIA – (ET M) Volume normal em vozes e sons naturais, essa entonação serve para controlar a poluição sonora em cena, vendo que a ET A polui sonoramente se for muito abusada, com a colocação da ET M essa irritação passa a ser amenizada. Para aplica a entonação deve ser notada no texto o local em que a cena que chega a variação das entonações.
ENTONAÇÃO BAIXA – (ET B) É uma entonação que serve para chamar atenção com o volume de voz ou de som baixo, harmonizando o ambiente, e, a entonação baixa descansa e eleva a atenção quando instiga a curiosidade do público. Essa entonação não pode ser abusada, assim como a alta pode cansar a baixa também, só que cada uma de forma diferente, a baixa dispersa e faz com que se perca a atenção do espectador.
SÍMBOLOS
ETA, ETM, ETB.
DICÇÃO

A dicção é o que se chama do “desenrolar da língua”, é a forma como as palavras ficam claras sem nenhuma dificuldade na audição ou no entendimento dessas. A dicção para sair com clareza é baseada nas consoantes e no ritmo da fala, é necessário que o ator fale compassado dizendo cada silaba da palavra, geralmente precisa-se de exercícios para se ter êxito em dicção.
 A dicção não pode ser rápida, porque dessa forma ela deixa sem entender o que esta sendo dita, não pode ser lenta por dificultar  está o entendimento está sendo dito.

 Há casos que a dicção pode acelerar por pouco tempo desde que fique audível que está sendo dito, e, ser lenta dependendo da cena e o tempo que ela vai ser usada com essa lentidão, além do mais aqui têm vários recursos em que você pode usar a dicção como quiser, dede que se tenha consciência que teatro é pra ser visto e ouvido.
IMPOSTAÇÃO

A impostação é de voz ou de cena. Quando é de voz usa-se a entonação e a dicção juntas em uma harmonia impar, com a intensão de forçar sua percepção na hora do uso, uma impostação de voz não pode ser intensa por muito tempo e nem sempre uma intensidade quer dizer impostação ou que está correto (um grito não é impostação).
 É de cena quando essa chama atenção em relação ás outras, deve ser mais lembrada em casos que o elenco congela em cena e um único ator conduz a ação.
 A impostação é relacionada também ás movimentações em cena seja elas coletivas ou solo. Na coletiva é munida do efeito imã, com o efeito imã tem os polos iguais e diferentes, os polos iguais são usados em cena coletivas, quando todos se repelem, matem uma distancia entre um e o outro favorecendo a distribuição em cena, a regra dos polos iguais é não encostar muito no outro porque aí já chega no efeito polos diferentes, nos polos diferentes todos se atraem, ou, só dois usam os polos diferentes outros usam iguais na mesma cena, a regra é que polos diferentes se atraem, claro, um ator é um polo e o outro é o oposto se atraindo ou se repelindo como o efeito de um imã, com esses efeitos cada ator se põe na posição sem invadir o espaço do outro.

 Tem um exercício de aquecimento muito legal com o efeito imã. É quando todos estão afastados fazem os polos diferentes se atraindo quando estão todos juntos de repente causa o efeito polos iguais, depois inverte fazem todos polos iguais quando estão distantes fazem os polos diferentes. Pode ser também feito com duplas, estipular um grupo dos negativos e outros dos positivos, todos andam se misturando quando o diretor der o comando valendo o ator se repele do mesmo polo que ele e se atrai para o diferente que ele. Desenvolve reflexo e atenção.

Nas cenas solo (um só ator em cena), faz se o efeito imã com pontos estratégicos no chão, a partir desses pontos trabalha-se os efeitos polos iguais e diferentes. Nos monólogos que são automaticamente solo, faz-se pontos estratégicos no chão ou dentro do texto.

NA DANÇA
O efeito imã é um bom método para dança, mudando a direção das forças de atração dos polos, por exemplo: de onde está vindo a força de atração, do chão, do céu, do lado esquerdo, do lado direito, da frente, de traz e assim sucessivamente. Dessa forma também pode se usar no teatro dependendo da necessidade ou como exercícios.

Nessa impostação dos efeitos imã, se usa os símbolos IPOD impostação polos diferentes e IPOI impostação polos iguais.
SÍMBOLOS
IPOD, IPOI.

Naldão. Artes
ATOR E DIRETOR
DRT BAHIA 33-38

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