TEMPORADA VERÃO CÊNICO DA BAHIA


A Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA), recebe até 30 de setembro inscrições para a 3ª edição da Temporada Verão Cênico, que, nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, promoverá uma programação de até 69 espetáculos de Teatro e Circo nos seis macroterritórios da Bahia. O projeto objetiva estimular a difusão, a diversidade, a acessibilidade e a atuação em rede do Teatro, do Circo e de diversos espaços cênicos da Bahia, contando com o apoio da Diretoria de Espaços Culturais (DEC) da Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult) e de equipamentos culturais privados. O texto do edital, bem como seus anexos, pode ser consultado no site da FUNCEB (www.fundacaocultural.ba.gov.br).

Depois de duas edições teatrais já realizadas (2011/2012 e 2013) e um público de 20 mil pessoas alcançado, a Temporada Verão Cênico se expande para as artes circenses, acrescentando ao projeto não apenas uma linguagem, mas também números de apresentações, artistas e plateias envolvidas, chegando a no mínimo 17 municípios das diferentes regiões. A proposta é de criar uma dinâmica de integração entre os agentes e instituições para fortalecer e dar visibilidade ao Teatro e ao Circo na Bahia durante o verão.

Como participar – Podem se inscrever pessoas físicas ou pessoas jurídicas do campo artístico-cultural. A participação é aberta a representantes de espetáculos de teatro de todo o estado da Bahia, sejam estreias ou produções que já tenham estado em cartaz, em diversos formatos e com temática livre. O edital apenas se restringe àqueles que fizerem parte da sua comissão de seleção, bem como seus parentes até 2º grau e cônjuges, ou a servidores da SecultBA e suas vinculadas – funcionários públicos de outros órgãos do Estado estão habilitados à concorrência.

EDITAL E ANEXOS
FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO
RIDERS

O DIA DO ATOR

--Em que você trabalha?
--Sou ator.
--Sim, mas trabalha em quê, o que faz pra ganhar dinheiro?
O dialogo acima acontece amiúde. A profissão de ator/atriz é uma dasprofissões mais antigas do mundo e até hoje uma das menos respeitadas pela sociedade. Antes da regulamentação da profissão nós, atores, éramos obrigados a tirar a carteirinha de “Artista” (a palavra vinha entre aspas mesmo) para podermos trabalhar. Essa carteira, feita numa delegacia de polícia, era a mesma que permitia o trabalho para as prostitutas. Algumas histórias de famosos demonstram o preconceito contra a profissão. Procópio Ferreira contava que o Colégio Sion de São Paulo não aceitou a matrícula de Bibi Ferreira por ser filha de artistas...
Em maio de 1978 a profissão ARTISTA foi regulamentada e, entre as 52 funções que ela abrangia estava a função ATOR/ATRIZ. A partir da publicação da lei 6533/78 os artistas de modo geral e, particularmente, os atores entraram oficialmente no mercado de trabalho como trabalhadores.
A lei foi desenhada por advogados que desconheciam a profissão e as diferenças inerentes entre tantas funções e por artistas que pouco entendiam de leis. Se, por um lado, oficialmente os artistas passaram a ser reconhecidos como trabalhadores, por outro lado, o “modus operandi” criado pela lei não cabia nas relações de trabalho do ator. Qual ator/atriz que cumpre uma carga horária de 6h fazendo teatro ou TV ou comercial ou cinema ou dublagem? O nosso ofício tem esse diferencial tanto podemos trabalhar 1h quanto 18hs dependendo da produção que estamos participando. Como cumprir uma carga horária igual a outras funções se o que fazemos não tem rotina sequer de empregador, (quando temos empregador) sim, porque na maioria das vezes prestamos serviços como autônomos a diversas empresas ao mesmo tempo, isso quando não somos nós mesmos os produtores.
Essa liberdade de criar, fazer ou não fazer, de sermos senhores do nosso trabalho é o que caracteriza a profissão do ator e deveria ser a nossa força. Nosso trabalho tem o preço que nós cobramos e não o que o outro quer pagar. Enquanto não assumirmos a nossa profissão e lhe dermos o VALOR que de fato tem como catalisador cultural, continuaremos a esmolar um emprego de carteira assinada para termos a “segurança” de um salário no fim do mês.
Precisamos resgatar nossa autoestima e acordar para a responsabilidade sócio-cultural do nosso trabalho que, muitas vezes, continua por gerações. O grande Rodolfo Mayer dizia: “Meu trabalho não tem preço, tem valor.” Vamos redescobrir esse valor, intrínseco nos DIREITOS CONEXOS. Quando damos mais qualidade e respeitamos o que fazemos agregamos VALOR. Não somos mercenários que fazemos qualquer coisa por dinheiro. Somos artistas, nosso trabalho tem VALOR. Da próxima vez que alguém perguntar em que você trabalha, responda orgulhosamente:
SOU ATOR!

Zodja Pereira

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