COLETIVO DOS TERRITÓRIOS CULTURAIS DA BAHIA

Vários integrantes de territórios de identidades, mais específicos os na área da cultura, se reuniram para discutir temáticas sobre leis e iniciativas públicas sobre a cultura. A iniciativa nasce da tensão do declínio da cultura com a extinção do MINC (Ministério da Cultura) pelo novo presidente eleito, do recuo dos direitos e repasse para o campo da cultura em todo o país e inclusive na Bahia, do fortalecer a cultura com as políticas de território e mais questões que precisa para o desenvolvimento da cultura ganhar corpo e ser notório por todos os povos juntos com os elos de governo.

Segue os temas abordados na primeira reunião acontecida na cidade de Feira de Santana Bahia.

RELATÓRIO DO COLETIVO TERRITÓRIOS CULTURAIS DA BAHIA
Dez/2018
Feira de Santana-Bahia

Onde: Centro Cultural Amélio Amorim
Quando: 05 de dezembro de 2018
Início das atividades: 9hs
Final das atividades: 18:00hs
PARTE1
Apresentação dos presentes

Obs.: tiveram colegas que não puderam estar presentes nesta primeira etapa da manhã e os que chegaram depois as apresentações.

Os nomes dos Colegas e seus devidos territórios serão destacados no desenrolar dos diálogos. Momentaneamente estamos descrevendo de forma mais ou menos sucinta e fidedigna o que foi dito em reunião neste dia. Qualquer erro de escrita ou fala fica na responsabilidade do relator JardielAlarcon e pela celeridade que foi prestada ao trabalho. (RAUMI CHAPADA DIAMANTINA)

Aloma dá início as falas com apresentação e as colocações da pauta do dia, coordenou de forma ad hochas prescrições que seriam levadas durante o dia. Fala sobre a morte dos movimentos territoriais de 2016 e solicita ao grupo união para este fortalecimento neste encontro.
Rubens, sente a necessidade de um fortalecimento nas questões culturais e cita o esforço do município como desenvolvedor da cultura e preocupação  no setor.

Vandelson (Pintadas), Cita sobre o histórico das discussões  da cultura no seu  município e demonstra sua preocupação com o momento.

Kleber Eduão (Ibotirama- Terr. Velho Chico), cita sobre o enfraquecimento da representação territorial como fala que já trabalhou na Secult como RTC e atualmente trabalha em empresa de consultoria técnica para áreas de agricultura familiar e projetos culturais , como também atua como cantor e poeta nas horas vagas.

Rodrigo, Pesão ( Senhor do Bonfim- Piemonte Norte Itapicuru),Antropólogo e Sec. de Cultura de Senhor do Bonfim. Atua em vários setores  na área de produção cultural e atua na diretoria da ADIMCBA . Fala sobre o fim do Minc e o descaso a realidade cultural brasileira e seu futuro vislumbre para o neoliberalismo.

Daniel- Feira de Santana,Coordenador de ONG e trabalha diretamente com políticas públicas. Conselheiro nacional e estadual de meio ambiente e cineclubista.  Por estas atribuições e diversas ações que trabalha em cultura, como participante de conselhos, relata o pessimismo com o próximo governo, onde os fatos demonstram situações catastróficas.

JardielAlarcon-  Guanambi- Sertão Produtivo, cita da importância de reforçar os movimentos territoriais , a classe de Representantes Territoriais de Cultura, a união do grupo e a fuga dos individualismos municipais e territoriais. Propôs uma união dos Territórios mais próximos como um alicerce importante sugestionado pelos artistas e entes culturais de seu território e para que fosse estipulado as pautas e datas para que possam ser desenvolvidos os fóruns e os encontros territoriais o mais rápido possível.

Edilce- Tanque Novo- Sertão Produtivo, “como Diretora de Cultura do meu município eu entrei de forma direta em cultura, onde desde então estamos promovendo ações de aprendizagem e capacitação municipal, com formação de associações culturais, melhorias nas distribuições de verbas para auxílio de atividades e unindo forças com outros colegas da cultura para desenvolver e qualificar a cultura em nosso município. Estamos aqui com esta ânsia de aprendermos e promover uma união de interesses hoje neste coletivo”.

Maria das Graças- Santa Barbara. Desenvolvo atividades de coordenação de pontos de cultura , estivemos como dirigentes de cultura e atuamos na área. Estaou aqui para aprender junto com o grupo e lutar por interesses comuns.

Simone- Coordenadora municipal de Lamarão, Território do Sisal, participei de vários grupos culturais como também como presidente do conselho cultural do município, onde desde que iniciei na área cultural busco me qualificar e capacitar na área cultural.

 Ana – São Gabriel ( Território de Irecê), coordenadora de cultura do município e atuamos na área no fortalecimento da cultura. Estamos tentando legalizar a cultura da cidade no SMC, possuímos a Lei do Fundo e o Fundo de cultura criado. Buscamos legalizar as comunidades quilombolas, que são atualmente em torno de 12. Estamos permeando na luta entre os nossos administradores públicos e a sociedade civil , buscando sempre a melhor maneira de agir.

Raumi- Município de Vagner. “Coordenador de Cultura  de meu município estou junto com linguagens como teatro e musica, como atuo em movimentos de luta como MST. Estamos sempre buscando desenvolver atividades diversas mesmo com pouco recurso.

Tania ,Secretaria de agricultura e meio ambiente, luta com os movimento quilombola e está em busca de novas ideias para seu município, buscando inovar e porque no seu setor existem várias ações em cultura.

Toninho Campos- Feira de Santana. Atuava em  pontos de cultura desde a época de Gilberto Gil e foi coordenador de dois pontos de cultura de Feira. “ trabalhamos com artesanatos recicláveis , na secretaria de cultura. Implantamos junto com Aloma o SMC. Realizamos várias ações como modificar a Lei de Incentivo à cultura e várias outras ações rumo ao investimento à cultura municipal. Por isto que digo,Nós separados somos pontos de vista, mas unidos somos opinião.”

Katherine – Paramirim – Bacia do Paramirim. Trabalha na Secretaria de Cultura do município, onde buscamos desenvolver trabalhos diversos na área cultural de Paramirim e buscamos atuar de forma democrática, aliando vários setores de forma transversal, fortalecendo as várias linguagens.

Antônio Assunção. Atua a um bom tempo na área de cultura onde solicita uma força maior do coletivo em detrimento aos individualismos, onde deve-se partir do corte político estrito para  um trabalho mais aberto.

Antonio Rosa- Roni- Prof. de Capoeira(Feira de Santana).Professor de capoeira, debate de forma motivacional e fala sobre o incentivo que deve vir do grupo e que devemos ser levados pela cultura pelo amor e critica sobre o posicionamento de fraqueza que  nós temos,”todos nós entes de cultura , temos que agir com mais força e nos valorizar. União de todos os entes culturais, com ou sem dinheiro, o que nós precisamos é de união.” Faz debate acalorado sobre as dificuldades de apoio e a discriminação que ainda passa por ser negro e professor de capoeira .

Jailson- Produtor Cultural- Feira de Santana. Criador do Espaço Varanda Cultural, onde tem apresentação da Musica Regue, demonstra o desapontamento com o poder público e segundo o mesmo, este grupo de governantes não dão a devida atenção conosco, “professores de cultura”, onde “ Nòs somos a residência”.

Rannah- Freira de Santana. Formada em Direto e Antropologia, em que levanta a reflexão e cita que  buscou  sempre se reconhecer nas culturas populares, onde realizou pesquisa acadêmica para tal, mas acabou me apaixonando pela cultura e suas diversas ações populares de envolvimento.

Laiz- Salvador, Produtora cultural. “Estou em Feira  trabalhando no Sesc Bahia  e estamos trabalhando de forma voluntária  no Grupo de publicidade do  Movimento Cultura Bahia  e venho militando em cultura a alguns tempos, e observo que a união do grupo é importante e que a Bahia é uma só e não apenas soteropolitana.

Elizete- Companhia  Cuca de teatro. Trabalho com teatro e Circo, trabalhamos com produções artísticas e como consultora de técnica social em projetos sociais diversos. Atua muito com trabalhos com crianças na área social e a cultura como transformação. Também fala da importância de fortalecer a questão da união do grupo como um todo.

Hygor Almeida- Produção Cultural e Coordenador do Centro Cultura Amélio Amorim- Feira de Santana- Portal de Sertão. Trabalhei muito com a Micareta e no Carnaval, como também servidor público em Cultura a 9 anos  e que acredito que a articulação  territorial muda e qualifica a cultura e para aqueles que trabalham com esta visão política de governo que visa uma amplitude a nível de Bahia. Muito importante mantermos esta articulação e a união de grupo, que está se materializando aqui hoje e que deve ser fortalecida com outros encontros e com a política territorial na cultura.

Lucimar- Artesanato- Feira de Santana. Critica as mazelas no artesanato de Feira de Santana e que veio para ajudar a lutar contra a derrubada do Minc e fortalecer a cultura em geral.

Maria Jane- Artesanato de Feira de Santana.Presidente a Associação de Artesãos de Feira de Santana. “Vim para fortalecer a luta contra o fechamento do Minc e a favor do artesanato de Feira de Santana e de toda a Bahia”.

Luciene- Capim Grosso- Bacia do Jacuípe. “Formada em Direito,  estou como gestora cultural no Território da Bacia do Jacuípe, onde muito embora lutemos a favor de um governo baiano que apoiaria a cultura, agora pelo nosso adormecimento, o governo paralisou ações culturais. Devemos fortalecer a luta para revitalizar novas lutas e refazer caminhos, como construir uma resistência a nível Municipal, Estadual e Nacional .
PARTE 2

Dos Diálogos

Aloma, cita que este movimento não existe nenhum  patrão ou alguém organizador em si, mas tudo dependerá de nosso esforço voluntário para fortalecer esta união e estes encontros.
Hygor, fala sobre os trabalhos realizados pela Secult-Ba, as ações culturais de expansão, abraçando a territorialização da cultura.
Cita os flancos e conceitos da territorialização da Cultura, com sua história de criação pela MDA ( Ministério do desenvolvimento Agrário) onde a buscamos desenvolver as politicas territoriais baseadas nestas mensurações.
O desenvolvimento territorial e suas políticas foram  atualmente abarcadas em vários setores, como saúde e educação no Estado da Bahia  e veio demonstrando excelente eficácia ao atendimento mais democrático a todos os municípios da Bahia.
O Movimento Cultura Bahia nascido a pouquíssimo tempo  em Salvador por alguns entes culturais observou que sozinhos o povo da Capital não conseguiria englobar as reais necessidades da Bahia, e aproximaram-se dos Territórios para se fortalecerem, pois observou-se que nos territórios também já estavam se formando grupos específicos e representativos para demandarem suas necessidades. Diante esta necessidade de somar entes culturais de todas as pontas da Bahia com a territorialização, cabe a nós agentes e atores culturais conscientizar os munícipios que ainda não abraçaram tal condição de território e trazer aqueles territórios que ainda não se manifestaram..

Antônio, denota que, quando se fala de organização e planejamento, o brasileiro corre. O maus políticos se apegam muito nisso onde  a sociedade civil detesta, que é formalizar-se e lutar em busca de seus diretos. Temos que valorizar o cumprimento das leis de formalizar uma qualificação da luta social.

Cleber Eduão, Ibotirama, Velho Chico, fala que este é  um movimento da sociedade civil buscando mais união  e não faz parte de nenhum plano governo. A politica territorial nasce com lutas e conquistas de grupos sociais organizados e amantes de diversas áreas culturais. Todas estas conquistas nasceram da sociedade civil, onde o governo federal e estadual as vezes abraçam como uma política de governo.

Vandelson, destaca que geografia nos diálogos a qual citei quer dizer que nem sempre estaremos presentes carnalmente, haja visto a grande distância de muitos entes aqui presentes e daqueles que se somarão, onde este é o  espaço  desenvolvido pela politica territorial e não pode ser fraquejado pela distância ou por desmerecimento governamental . Houve enfraquecimento da politica territorial nos últimos tempos , é notório, mas houve também a decadência da sociedade civil sobre a questão dos territórios, e que  os consórcios públicos são conjuntaras que favoreceram este desinteresse participativo da sociedade civil, muito embora as políticas de governo queriam provar o contrário. Devo deixar claro que hoje movemos este pequeno grupo hoje e que será grandiosos amanhã para provocar a União dos Territórios de Identidade da Bahia e que os consórcios públicos devem repensar suas posturas que hoje são estritamente agrárias e desmotivadoras.

JardielAlarcon, de Guanambi, Sertão Produtivo, acrescenta que devemos ter união entre os territórios e que a pauta solicitada e principal do seu território é o fortalecimento das políticas de fomento à cultura, qualificação e reestruturação das ações culturais desenvolvidas , tanto a nível do Escolas Culturais quanto ao favorecimento e qualificação dos Espaços Culturais existentes e suas estruturas , que devem ser reformadas o mais rápido possível. Deve-se repensar os cortes públicos em cultura e provocar a união dos Territórios mais próximos para que não haja a quebra da qualidade cultural na Bahia como um todo. Uma mazela muito peculiar atualmente é a descontinuidade de cursos de formação na área cultural como a criação de novos.

Rodrigo Pesão, Senhor do Bonfim, cita que “Temos que lutar contra a desestruturação e desmonte da cultura no geral no âmbito estadual e nacional. Qualquer ato meu é politico, deixamos de ser jogadores políticos e passemos a ser vamos panela pressão, fortalecer a resistência e temos que ter uma base de sustentação indo contra os grupos de opressão.
Temos que lutar e passar a ser player e não coadjuvantes.

Laiz, de Salvador, “Agente acreditava que a forma de dar perenidade às politicas era com a formalização das leis, mas não é”. Devemos buscar capilaridade e se aparelhar como sociedade civil e não confundir a sociedade civil com o governo. A sociedade civil deve cobrar e criar ambientes que devem perenizar  estas lutas, independendo se é um governo favorável ou não. Neste momento nada está sendo favorável, quando se pensa em governo.

TEXTO NA ÍNTEGRA DO RELATÓRIO DO ENCONTRO EMITIDO POR RAUMI REPRESENTANTE DO TERRITÓRIO DA CHAPADA DIAMANTINA

PALHAÇO TIO CACAU

O Palhaço Tio Cacau é uma grande personagem do circense interpretada pelo evangelista Claudio Ferreira de Souza de Santana hoje residente na cidade de Lapão Bahia no povoado de Rodagem. Claudio também é professor da rede municipal de educação na escola municipal Antônia Gaspar. Pai de Miqueias com sua esposa Elenice Silva.

O palhaço Tio Cacau é uma personagem evangélica com diversas intervenções gospel para crianças e diversas idades, já esteve em apresentações no estado de São Paulo em diversas igrejas. No estado da Bahia já fez apresentações nas cidades de Irecê, João Dourado, Jussara, Lapão e Morro do Chapéu. Esse é o segundo palhaço do mesmo tema em que o ator foi treinado por Naldão, entre eles tem também Juquinha com ator Romário.

Claudio foi aluno de teatro com a Companhia de Artes Dramáticas Esquisocênicos começando com Artur Oliveira, depois passou a fazer espetáculos com Naldão onde melhorou suas habilidade inclusive com pernas de pau e outros. Depois Claudio seguiu com a carreira de ator de animação e trocou o palhaço que se chamava Rossinildo por Tio Cacau. Essa troca para adequar mais ao tema evangélico.

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