METAPRAXIS TEATRAL

 Quando um ator entra em cena ele deve estar livre de si para ser usado pela sua inspiração transcendida na prática cotidiana do palco na ação da personagem. Para isso ser possível, o ator deve estocar em si um vasto repertório vocal e emocional que deve estar de livre acesso na hora que desejar, assim e necessário se livrar do vasto aglomerado de costumes, hábitos, e tensões interna e externas que lhe são impostos durante toda sua vida dentro e fora do teatro.

 O ator para buscar suas individualidades busca os diversos exemplos na natureza, nas artes diversas, no esporte e principalmente em seus semelhantes, com esses faz-se sensível a perceber em casa, na rua, no trabalho ou onde quer que seja suas fontes de técnicas internas da vitalidade que simplesmente é o homem e o seu comportamento natural. A sociedade vive as diversas máscaras para organização do convívio coletivo e contenção de seus impulsos, mas, por traz dessas máscaras está a essência de cada indivíduo, é nessa essência que o ator deve se encontrar, independente de seus afetos, costumes, tabus, pudores e derivados que impedem de fluir sua inspiração criativa, desbravando o mundo da criação espontânea, o existir aqui agora, sem ação pré estabelecida, planejamento, coreografias mas sim o espontâneo, a inspiração interna, a ação da sua vitalidade mais profunda obedecendo todos os seus instintos revelando tudo que se esconde por traz das máscaras, em cima do que Jacob Levy Moreno chama de METAPRAXIS.

(VER LIVRO PALAVRAS DE JACOB LEVY DE ROSA CUKIE).

 Para melhor entender a METAPRAXIS, é melhor que estude também o PSICODRAMA. Que é uma terapia também criada por Jacob Levy Moreno médico romeno por volta de 1892. O PSICODRAMA e ou SOCIODRAMA formam uma terapia de grupo que se divide suas técnicas em:

O CENÁRIO - Se forma um mundo interno como no mundos dos sonhos, nele se constrói todos os elementos necessários para formação da cena.
O PROTAGONISTA - É o indivíduo ou os indivíduos que formarão o centro da cena, esses protagonizam seu próprio drama de forma espontânea mantendo sua história tornado-a cada vez mais real.
O DIRETOR - Psicoterapeuta metaprático que proporciona o drama com sua história guiando mas, deixando fluir a inspiração dos atores ou dos pacientes.
OS EGOS - São as atores ou profissionais tearapeutas que participam da cena complementando as vontades do protagonistas vivendo juntos seus impulsos.
O PÚBLICO - São as pessoas que assistem a cena com o intuito meio que dos egos em vontades dos protagonistas, mas, que tem por função senso crítico pós cena.

A MetaPraxis inspira o homem em seus instintos mais naturais: quando uma criança nasce ninguém ensina mamar, mas ela aprende por si só, quando estamos em situação de perigo sem querer nosso cérebro descarrega adrenalina no sangue, logo o coração acelera, os nervos se agitam e agente fica preparado para correr ou combater, sem ninguém nos ensinar fazer sexo mas já sabemos, mesmo sem nunca termos visto. Então a metapraxis, é o teatro espontâneo da vida, a ilusão e a realidade em um só, a busca de que o ator deixe fluir de dentro de si, sem bloquear o que estar por vir, por qualquer motivo em qualquer que seja sua emoção ativa mesmo aquilo sendo uma cena, é o conteúdo do psicodrama.

(...a polaridade entre a ilusão e a ilusão é indispensável a metrapraxis do teatro; a ilusão de um mundo real é igualmente tão importante quanto a realidade de um mundo ilusório, o triunfo mais elevado da imaginação e da realidade é mudar a superfície do mudo de tal modo que ele pareça mais belo, independente de toda existência e e toda dor que possa continuar existindo... MORENO 1984)