25 de novembro, uma significativa data para Morro do Chapéu
25 de novembro, é a data do
nascimento da inesquecível Prof.ª JUDITH RIBEIRO ARLEGO, a mestre dos mestres,
que nasceu no ano de 1917, portanto, hoje ela faria 104 anos. Essa insigne
morrense era filha do italiano Ângelo Arlego, que veio trabalhar, estabeleceu-se
e constituiu família na nossa cidade, e de D. Josephina (D. Fininha) Ribeiro
Arlego, que foi agente dos Correios e Telégrafos.
Depois de ser alfabetizada por
suas irmãs mais velhas, ela fez o primário com a professora Amélia Mansfield
Fernandes dos Santos e ao concluir o curso continuou na escola como
assistente. E no ano de 1931, por
ocasião da visita a Morro do Chapéu do cardeal Augusto Álvaro da Silva, o
vigário Cônego Tolentino Celestino da Silva e a sua tia Adélia Ribeiro Paraguaçu,
D. Pombinha, solicitaram-lhe que a ajudasse a continuar os seus estudos. E no
mês de dezembro do mesmo ano, ela foi estudar em Salvador e como aluna interna
do curso normal no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, diplomou-se professora em
25/11/1938, coincidentemente, dia do seu 21º aniversário.
Em setembro do ano seguinte, ela
prestou concurso, galgou aprovação e foi nomeada agente efetiva da Escola da
Vila de América Dourada, onde permaneceu por seis anos. Em 31/03/1947, foi
transferida para uma escola recém-criada em Morro do Chapéu, da qual passou a
ser diretora em 1955. Naquele ano, ela iniciou a lecionar na Escola Coronel
Dias Coelho, tendo sido sua diretora e
foi também nomeada Delegada Escolar do município. Em 1957 ela deixa a regência
de classe e a direção do grupo escolar e, no ano de 1960, pediu dispensa do
cargo de Delegada Escolar. Com a fundação do Ginásio, hoje Colégio Nossa
Senhora da Graça no ano de 1961, do qual foi uma das suas fundadoras, foi a sua
vice-diretora por algum período e uma das suas professoras por 18 anos,
lecionando língua portuguesa, didática geral, psicologias geral, infantil e
social nos cursos ginasial, pedagógico e científico. Em 1973 ela voltou ao
cargo de Delegada Escolar e aposentou-se em 1979, depois de 39 anos na carreira de magistério
como uma exemplar educadora de Morro do Chapéu.
A Professora Judith Arlego, a
pequena notável da educação, foi uma das personalidades mais influentes na
cidade e uma das figuras mais participativas no segmento social de Morro do
Chapéu, ao atuar no teatro desde jovem
até a sua terceira idade, ao
participar e sendo regente do coral da Igreja, e depois, ao fundar e reger o
Coral Orfeão Carlos Gomes do CNSG, o qual, a partir de 1989 passou a ser
chamado Morro em Canto. E ainda, além de ter sido professora e regente de
canto, foi a autora das letras dos hinos do Colégio Nossa Senhora da Graça, do
Colégio Estadual Teotônio Marques Dourado Filho e do município de Morro do
Chapéu. Em 10/10/1988, merecidamente,
ela foi homenageada pela gestão municipal do prefeito Wilson Mendes, ao ser
dado o seu nome ao recém-inaugurado
Centro Educacional, complexo composto do Auditório Belarmino Bulcão da Rocha e
da Biblioteca Municipal Carneiro Ribeiro, cujo espaço infelizmente foi fechado
(ou abandonado) faz alguns anos.
Particularmente, da minha grande
mestra, lembro que quando ainda criança na Palmeira, ela na condição de
Delegada Escolar ir lá a cavalo visitar a escola estadual do lugar; e mais
adiante na cidade, tenho a lembrança dela indo elegantemente para o Colégio
usando uma sobrinha para proteger-se do sol; de assisti-la atuando no palco da
Minerva em peças teatrais (comédias e dramas); de vê-la participando de bailes
dançantes e sendo a dama alternada de muitos cavalheiros; e, sobretudo, ao
assistir as suas aulas da Língua Portuguesa, já que eu tive a sorte dela ter
sido minha examinadora na banca do examinador no Exame de Admissão e por eu ter sido o seu
aluno no curso ginasial. Por outro lado,
a tristeza foi muito grande, quando no dia 07/05/1998 soube do seu falecimento
em Salvador. E tão logo eu fui comunicado da sua partida da vida terrena,
dirigi-me ao hospital e encontrei o seu corpo ainda no leito da morte e até
aquele momento com o seu semblante como sempre foi em vida. E muito consternado,
até ajudei a colocar o seu corpo no veículo que o levou para a sua terra natal,
onde uma multidão de Deus familiar, ex-alunos, colegas professores e
admiradores do povo acompanharam o cortejo do seu sepultamento.
A professora Judith Arlego, foi mesmo uma cidadã ímpar, de
fato, uma exímia maestrina e, inquestionavelmente, uma educadora sem par em
Morro do Chapéu. Por isso, ela é merecedora de todas as homenagens e honrarias
póstumas, cujo singular nome não pode
jamais sair dos anais da história da nossa terra.
Salvador, 25 de novembro de 2021
Octaviano Gonçalves de Oliveira
Morrense e ex-aluno do CNSG
Fonte de pesquisa: www.adourado.com.br
PAINEL DE FOTOS
Foto 1: ela criancinha com o seu pai
Foto 2: aposentada e na terceira idade
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